domingo, 23 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL!

Gostaria de aproveitar o espaço para desejar um FELIZ NATAL a todos que trabalham pelo desenvolvimento da cadeia leiteira brasileira.

Que essa data traga muitas felicidades, esperança e paz a todos nós!

Fiquem com Deus

Até o próximo post!

=D


MOCHAÇÃO DE BEZERRAS


 Hoje vamos falar sobre uma técnica amplamente utiliada em propriedades de leite:

A MOCHAÇÃO DE BEZERRAS.


Figura 1. Bezerra sendo mochada a ferro quente.


Existem diversas técnicas que são hoje empregadas para a mochação de bezerras, dentre elas a mais comum aqui no Brasil é a mochação a ferro quente, onde se queima, com ajuda de ferro aquecido em fogo ou ferro elétrico, o botão cornoal que dará origem ao chifre.

A técnica é feita alguns dias após o nascimento quando já é possível identificar o botão cornoal, porém o maior problema em relação ao Bem-Estar dos animais quanto a esse procedimento é a dor envolvida no processo, já que na grande maioria das propriedades não se usa nem anestésico durante, nem antiinflamatório para controle da dor depois e muito menos um sedativo para facilitar a contenção.


O trabalho de Von Keyseringk et al. (2009) traz uma revisão sobre assunto:


Nessa revisão os autores citam que todos os métdos de mochação causam dor, que pode ser visualizada através de uma variedade de mensurações fisiológicas e comportamentais.

Sabe-se que somente a utilização do anestésico não pode mitigar a dor e não proporciona alívio da dor no pós-operatório.

Segundo os autores, a lidocaína é o anestésico local mais popular para a anestesia local, porém ela é efetiva por 2 a 3 h a partir da administração.

Stafford e Mellor (2005) encontraram que bezerras tratadas com anestesia local apresentam, após a anestesia local perder efeito, níveis de cortisol plasmático similar aos animais não tratados com anestesia local.

No entanto o uso de antiinflamatório não esteroidais, como o ketoprofeno, em adição a anestesia local pode manter o nível plasmático de cortisol e respostas comportamentais próximos ao nível basal nas horas que seguem a mochação.

Durante a mochação os animais respondem não só a dor mas também a contenção. Mesmo que e utlize anestésico local as bezerras ainda necessitam de contenção. O uso de um sedativo como o caso da xilazina pode eliminar a necessidade de contenção e as respostas a administração do anestésico local.

Portanto:


sedativo + anetésico local + antiinflamatório = MENOS DOR 



Outra alternativa a mochação a ferro quente segundo Von Keyserlingk et al. (2009) é o uso da pasta caustica para queimar o botão cornoal. Apesar desse método também ser doloroso a dor parece ser mais fácil de controlar.


Figura 2 Bezerras mochadas com pasta cáustica


Bezerras tratadas somente com xilazina mostraram resposta imediata a  aplicação da pasta porém a resposta nas horas seguintes foi baixa (Vickers et a., 2005)

Portanto a mochação com a pasta combinada a administração de sedativo proporciona menos dor do que a mochação a ferro quente combinada com ambos sedative e anestésico local .


Vale lembrar que a utilzação da pasta deve ser feita com muito cuidado.
O animal precisa estar protegido do tempo e a aplicação deve ser feita no local correto.

Caso os animais sejam mantidos a pasto ou até mesmo em casinhas no pasto com corda no pescoço, eu diria que a utilização dessa pasta não é recomendada já que a chuva e o calor pode fazer com que a pasta escorra nos olhos, causando sérias lesões.


Todas essas informações são muito importantes no âmbito do Bem-Estar animal, porém a campoo o que vemos é uma grande resistência a utilização de controle da dor na mochação.
A desculpa sempre é o custo.

Façamos aqui então uma conta simples de quanto custaria ao produtor que usa mochação a ferro quente o sedativo, anestésico local e o antiinflamatório por animal.

1 frasco 20 ml de xilazina = R$ 20,00
1 frasco 10 ml de lidocaína = R$ 10,00
1 frasco 50 ml de ketoprofeno = R$ 95,00

TOTAL: R$123,00

Suponhamos que os bezerros tenham em média 40Kg

xilazina: R$ 0,45
lidocaína: R$ 3,00
ketoprofeno R$ 0,63


TOTAL: R$ 4,08 por animal mochado

Sendo que desses medicamentos o único que daria poucas doses  é a lidocaína (2 ou 3 doses).
A xilazina e o ketoprofeno fazem diversas doses com 1 frasco.

Será mesmo o preço o fator limitante?

Na minha opinião deve-se colocar na balança os benefícios de promover algum conforto a esses animais.

Se feito da forma correta a mochação com sedativo, anestésico e antiinflamatório pode até ser mais rápida que a sem controle nenhum de dor já que o tempo gasto com contenção e a quantidade de pessoas necessárias nesse caso são maiores.


Bom galerinha por hoje é isso...



Espero que essas informações ajudem de alguma forma =D



grande abraço



Foto tirada por Hather Neave.




Von Keyserlingk, M. A. G, Rushen, J., de Passillé, A. M., Weary, D. M. 2009.  Invited review: The welfare of dairy cattle—Key concepts and the role of science. J. Dairy Sci. 92 :4101–4111

Stafford, K. J., and D. J. Mellor. 2005. Dehorning and disbudding distress and its alleviation in calves. Vet. J. 169:337–349.

Vickers, K. J., L. Niel, L. M. Kiehlbauch, and D. M. Weary. 2005. Calf response to caustic paste and hot-iron dehorning using sedation with and without local anesthetic. J. Dairy Sci. 88:1454-1459.






quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COLOSTRO e Bem-Estar de bezerras.


Hoje vou falar sobre um assunto importante quando se fala de desempenho e Bem-Estar de bezerras.

Em uma propriedade de leite é essencial que devida atenção seje dada as bezerras.
E na realidade do campo vemos que nem sempre é isso que acontece.

Esses animais são frágeis e qualquer descuido principalmente até a desmama pode causar perdas significativas seja por morte de animais ou ainda mais grave por atraso no desenvolvimento dos mesmos. Bezerras mal cuidadas demoram mais para ganhar peso suficiente para inseminação, por exemplo.

Uma medida simples que pode trazer imensas vantagens para a produção de bezerras é o manejo correto do colostro.

Sabe-se que bezerras devem receber o colostro em até 6 horas pós-parto, pois nesse período elas consiguirão absorver as imunoglobulinas ou Igs (responsáveis por garantir melhor imunidade aos animais).

A maioria dos mamíferos recebem as Igs através da placenta, porém em ruminantes, devido suas características essa passagem placentária não é possível.

Bezerras que recebem o colostro a tempo, poderão, portanto, ser mais resistentes a doenças.

E isso é muito importante já que são muitos os desafios que uma bezerra leiteira passa até o desmame. Segue alguns exemplos:

- Bezerras são afastadas de suas mães em no máximo 24 horas, o que gera fonte de estresse.

- É comum a alimentação de bezerras com leite descarte e a contaminação desse leite normalmente é alta, podendo causar diarréia.

- O ambiente por si só também é um desafio, a limpeza dos bezerreiros é um ponto crítico em muitas propriedades leiteiras.


E esses são só alguns dos desafios enfrentados por esses animais.

Por essas e tantas outras razões que é tão importante o manejo correto do colostro!

Baseando-se na minha experiência a campo, no caso da administração por mamadeira, um dos meios mais usados, alguns detalhes são bem importantes:

- Garantir que as bezerras recebem o colostro a tempo.

- Não deixar o colostro no canto da sala de ordenha por muito tempo.

- Usar mamadeiras limpas e em bom estado.

- A quantidade fornecida. (Preconiza-se 10% do peso vivo do animal, ou mínimo de 4 l para se garantir a absorção de Igs necessária.)


A todos aqueles que trabalham a campo ou tem sua propriedade, garanto que já passaram por uma das seguintes situação:


- Uma bezerra nascida entre ordenhas que se aguardar pela próxima ordenha passará do tempo de receber o colostro.

- Uma vaca que morre no parto e não tem nenhum colostro para dar para a bezerra que nasceu.

- Uma vaca que não produziu a quantidade de colostro necessária na primeira ordenha, especialmente novilha.



e dai vem aquela pergunta: O QUE FAZER?




O BANCO DE COLOSTRO pode resolver todos esses problemas e ainda garantir que suas bezerras receberam colostro de qualidade.

Mas quando se fala da implantação de banco de colostro muitos produtores ainda são bem resistentes...

Porém implantação não é difícil e ao contrário do que muitos pensam, não dá tanto trabalho! E ainda mais, os benefícios são claros!

Desafio um produtor que esteja implantando o Banco de Colostro a fazer uma avaliação dos animais agora e depois de 3 meses. Garanto que as bezerras estarão mais saudáveis. =D


Vamos então fazer aqui um esquema de como implantar um BANCO DE COLOSTRO:


1. COLETA DE COLOSTRO.

O colostro que sobrar da primeira ordenha é o que será utilizado.



2. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

Logo após a ordenha o colostro deve ser avaliado quanto a qualidade.

Usa-se um colostrômetro para fazer essa avaliação.


Figura 1. Colostrômetro

Coloca-se o colostro no tubo de ensaio e então se coloca o colostrômetro dentro como mostra a figura a seguir.
Figura 2. Colostrômetro dentro do tubo com leite

Observa-se então a linha do leite:

região verde = alta qualidade

regiãoamarela = qualidade intermediária

região vermelha = má qualidade


3. ACONDICIONAMENTO

Se classificado como de alta qualidade o colostro deve ser colocado em um vasilhame de plástico, como uma garrafa pet por exemplo.

É importante que cada vasilhame contenha a identificação do animal, data e também a qualidade do colostro.

Então se coloca o colostro no congelador.

O colostro deve ser mantido congelado até a utilização e a validade é de aproximadamente 1 ano.


4. DESCONGELAMENTO

O descongelamento deve ser feito em banho-maria em água ente 45 e 50 ͦ C.


Obs. Checar a temperatura do colostro antes de dar para a bezerra, melhor que esteje próxima a temperatura ambiente.

Em caso da bezerra não conseguir ingerir a quantidade de colostro necessária pode-se utilizar a sonda esofágica porém é muito importante que a pessoa seje treinada para fazer isso.




IMPORTANTE:
O colostro não perde qualidade por ser congelado e se for descongelado da forma correta.



Garantir um colostro de boa qualidade, garantirá bezerras mais saudáveis e portanto garantirá também melhor qualidade de vida a esses animais.


Como vimos não é difícil... basta ter força de vontade!


Espero ter colaborado de alguma forma...

Estou aberta para dúvidas e discussões







Até a próxima

=D










terça-feira, 11 de dezembro de 2012

EU TIRO UM LEITINHO...

Quando perguntamos a um produtor de leite, especialmente os de médio e pequeno porte, qual a atividade que ele exerce em sua propriedade na maioria das vezes recebemos a resposta:

"Ah, eu tiro um leitinho na minha propriedade, tenho algumas vaquinhas..."

Eu considero essa resposta o famoso: Escondendo o leite!

Isso mesmo!!!

E qual o problema disso? Para mim é a forma com que o produtor encara sua propriedade.
Eu já vi produtor que tem umas vaquinhas que tirava mais de 1000 litros de leite/dia!

Pergunte a um produtor de gado de corte qual é sua atividade e você receberá a resposta:
"Eu tenho uma fazenda de gado de corte!" (mesmo que a fazenda não seje tão grande assim).

Nada contra os produtores de corte, pelo contrário eu admiro essa posição quanto a atividade!
Normalmente produtores de gado de corte valorizam sua atividade

E se os produtores de leite respondessem: "Eu sou produtor de leite!"
Vejam com faz a diferença, não é mesmo?! Não interessa se você produz 30, 50, 100, 1000 ou 15000 litros/dia VOCÊ É PRODUTOR DE LEITE!!!

Isso valoriza a atividade!!!!!

E como isso se relaciona ao Bem-Estar Animal Cristiane??? (garanto que é essa a pergunta de quem começou a ler esse post)

O produtor que valoriza sua atividade traz sua propriedade como sua EMPRESA então só sua forma de SUBSISTÊNCIA!

Não interessa o tamanho da sua produção, interessa sim se você tem controle de produção de leite, de desempenho das bezerras, manejo reprodutivo adequado, instalações adequadas (dentro de cada sistema), manejo de pastagem... Enfim tantas outras coisas que englobam uma propriedade leiteira.

E é ai que entra o Bem-Estar Animal, o produtor que valoriza sua propriedade e a trata como sua empresa se importa também com o manejo dado aos animais já que esses serão os principais responsáveis pelo LUCRO!

Portanto se torna muito mais fácil convencer esse tipo de produtor a implantar medidas que serão benéficas aos animais e também a produção.

Vou dar um exemplo de quando eu era bolsista de extensão no Universidade em Fronteiras:

Costumávamos atender um produtor que tinha café e leite em sua propriedade pequena propriedade.

De início aompanhávamos a produção de leite, fazíamos o balanceamento alimentar dos animais e promovíamos melhoras na pastagem.

Após algum tempo implantamos o acompanhamento de desenvolvimento de bezerras e checagem do rebanho.

Sempre admirei esse produtor pela forma com que ele tratava a sua atividade, mesmo sendo um pequeno produtor com 5 hectares de terra e apenas 10 vacas em lactação ele realmente acreditava que era possível se profissionalizar na atividade.

Resultado:
Após alguns meses de acompanhamento ele acabou com o café (por que dava trabalho extra e ele era sozinho na propriedade) plantou mais pasto e piqueteou.

A produção no mínimo dobrou e ele chegou inclusive a implantar um sistema silvipastoril e construir uma sala de ordenha (dentro de suas necessidades).

Os avanços nessa propriedade foram claros e só foi possível porque o produtor via nela sua EMPRESA!

Com certeza nesse processo de mudança a condição dos animais também melhorou (e muito!!!)

Na minha opinião essa é umas das melhores formas de se implantar o Bem-Estar Animal a campo: AJUDANDO O PRODUTOR A SE TECNIFICAR EM SUA PRODUÇÃO!!!!


Já que em nosso país a maior parte do nosso leite é produzido por médio e pequenos produtores temos que dar a eles primeiro condições para se tecnificarem e o Bem-Estar animal será uma consequência BOA desse processo!!!



VAMOS VALORIZAR A ATIVIDADE LEITEIRA!!!!



Uma boa tarde galera...

=D










sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Você sabe o que tem por tras de uma caixinha de leite?

Você sabe como é produzido o leite e outros tantos produtos que consumimos no dia a dia?

Garanto que a maioria das pessoas que não trabalham na área não tem nem idéia de como as coisas acontecem por trás de uma caixinha de leite.

Como é que podemos cobrar melhorias no bem-estar dos animais de produção se a grande maioria da população não tem nem idéia do que exigir?

Quando se pergunta a alguém se ela se importa com a forma com os animais são criados provavelmente 90% responderia que SIM porém na hora da escolha dos produtos no mercado elas se esquecem disso!

Um estudo realizado na UFPR demonstrou essa situação de forma bem clara:

Foi aplicado um questionário em mercados sobre a importância de quesitos como preço e qualidade e lá no meio do questionário estava a opção bem-estar animal.

Após o preenchimento do formulário as pessoas receberam informações sobre os métodos de criação dos animais e classificaram as opções novamente.

O quesito Bem-Estar de pouco valor na primeira avaliação pulou para uma das 3 primeiras colocações na segunda vez que o questionário foi preenchido.

E o mais interessante foi que diversas pessoas optaram por produtos que seguiam normas de Bem-Estar após receberem informações sobre os sistemas de criação.

Não quero dizer aqui que todos precisam saber dos processos de produção ou até mesmo o que rola dentro de um abatedouro. Mas sim que a indústria falha (conscientemente ou não) em transferir esse tipo de conhecimento a população.

Toda vez que se fala em produtos que valorizam o Bem-Estar a discussão sempre termina da mesma forma:
                      ESSES PRODUTOS SÃO MUITO CAROS!!!

Ai eu me pergunto... se as pessoas que tem condições de pagar um pouco a mais por esse tipo de produto o fizessem seria um estímulo para que os preço baixassem no futuro!

Mas a falta de informação faz com a grande maioria defenda o preço como fator limitante.

Muitos animais sofrem de diversas formas na produção de leite e em outras produções, e o pior é que esse sofrimento poderia ser amenizado por simples medidas muitas vezes.

Um exemplo simples disso seria o fornecimento de água aos animais, em muitas propriedades os animais precisam andar bastante para ter acesso a ela.

A implantação de cochos no pasto é sim um investimento, mas os benefícios aos animais e a produção podem ser significativos, especialmente na produção de leite.

E isso é só um exemplo, ainda tem doenças, estresse térmico, instalações inapropriadas...

Se produtos provenientes de locais onde o sofrimento animal fosse mínimo tivessem seu devido valor ético MUITO desse sofrimento seria evitado.

Mais uma vez venho apelar aos técnicos, alunos, docentes que atuam na produção leiteira
Vamos trabalhar juntos para garantir produtos de qualidade para as pessoas e os animais!

Tenham uma boa tarde!



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

MELHORIAS NA EDUCAÇÃO A SOLUÇÃO PARA TODOS OS PROBLEMAS...

Após uma semana de muita discussão em uma disciplina muito produtiva do mestrado voltei para casa com um pensamento:

"Aqui no Brasil nosso maior problema é a educação."

Essa frase parece um chavão, e logo após a ela sempre vêm críticas as politicas do governo certo?!

Hoje eu queria ir um pouco a fundo nesse pensamento, deixando de lado os "PORQUÊS" da nossa educação ser tão falha.

Quando se fala de Bem-Estar Animal a resistência é geral... seja produtores, alunos e até mesmo professores... mas de onde vêm essa barreira quanto ao assunto?
ignorância?
falta de conhecimento?
desinteresse quanto aos animais?

Eu diria um pouco de tudo isso mas principalmente vem da falta de ENSINO DE QUALIDADE! e não é só na área não viu?!


Observando a história de outros países vemos que quanto maior o desenvolvimento maior é a preocupação quanto os animais e maior também a discussão em como tratá-los. Lembrando que quanto mais desenvolvido também melhor é a EDUCAÇÃO.

A Grã-Bretanha é um belo exemlo disso. No passado o cuidado com os animais, eu diria, era nulo (como já comentamos em posts anteriores) e hoje é a região do mundo com as melhores políticas de Bem-estar Animal.

Agora eu me pergunto....


Se no Brasil as pessoas que estão diretamente ligadas a produção tem toda essa resistência ao assunto como os consumidores vão exigir alguma mudança?

Hoje em dia no nosso país a preocupação gira em torno da PRODUÇÃO, as questões de Bem-Estar são deixadas de lado pela maioria.

Nossos produtores em sua grande parte não se importantam se uma animal não tem sombra, por exemplo, eles se importam se a vaca está produzindo bem. Se cair a produção ai sim a preocupação aumenta.

Nossos docentes, e aqui eu vou restringir as Universidades, muitas vezes se dedicam a uma área específica e esquecem que Bem-Estar Animal pode ser incluído em qualquer área.

Seja reprodução, nutrição, clínica ou qualquer outra disciplina a impressão que tenho é que muitos profissionais criam uma carapaça para se "proteger"de discussões sobre o assunto.

Muitos inclusive não respeitam bem-estar como ciência e não percebem que nosso objetivo, assim como o deles é tornar as produções mais eficientes e lucrativas do ponto de vista também do animal.

E se nossos docentes não se preocupam quem dirá os alunos. Se a mentalidade não mudar dentro das nossas Universidades não vai mudar nada no campo não!
Quando você entra em uma sala de aula a impressão que se tem é a de que os alunos acham a disciplina de Bem-Estar INÚTIL. É triste ver que as pessoas consideradas com o futuro da nossa nação em sua maioria pensam que questões de bem-estar e produção não combinam.

O que podemos fazer para mudar isso???

Na minha opinião, primeiramente se deve trazer mais pesquisas na área para o Brasil!
Não temos ainda muitos dados para nos basear em pesquisas feitas aqui. E nos basear em pesquisas de fora pode nos levar ao erro...

A criação de disciplinas de Bem-Estas Animal nas Universidades que tentem levar aos alunos uma visão mais ampla quanto ao assunto seriam uma outra alternativa.

E finalmente levar as pesquisas ao campo... por mais que os produtores não acreditem em muitas das técnicas de Bem-Estar garanto que quando os resultados chegarem mudarão seu ponto de vista.

Como exemplo a implantação de bancos de colostro em propriedades.
É sempre difícil convencer um produtor a implantá-lo, mas uma vez feito a melhora na saúde das bezerras é tão clara que o produtor adota a técnica no dia-a-dia.
Técnica essa que traz uma melhora considerável a vida desses animais.

Não penso que nosso país não tem solução, penso que por mais lento que seja o processo de conscientização sobre Bem-Estar Animal ele está ocorrendo.

A EDUCAÇÃO é o caminho!!!



Dia de campo com produtores de Leite das Redes de Referência. 
Essa é uma das muitas formas de transferência do conhecimento e pesquisa aos produtores, 
alunos, pesquisadores e produtores trabalhando juntos.


TENHAM UM ÓTIMO DIA!