segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Perguntar aos animais o que eles preferem... será essa a melhor alternativa para saber o que é melhor para eles?


        No desenvolvimento de ambientes para animais é muito importante saber o que os animais preferem. Atualmente os testes de preferência tem sido bastante utilizados a fim de melhorar os sistemas de confinamento.

Em testes de preferência é dado aos animais o poder de escolha entre dois ou mais recursos ou situações e assume-se que suas escolhas estejam relacionadas aos seus melhores interesses. Porém por mais que esses testes pareçam ser a forma mais óbvia e direta de se perguntar a um animal o que ele quer de seu ambiente, podem ocorrer erros de interpretações.

        É importante que esses testes sejam muito bem controlados a fim de garantir dados confiáveis. Por exemplo, é importante que os animais tenham a mesma experiência em todas as opções fornecidas. Animais quase sempre escolhem maximizar o bem-estar momentâneo ao invés do bem-estar a longo prazo e a idade, força e hora do dia podem também influenciar a preferência.

A experiência prévia dos animais também é fator decisivo para um bom teste de preferência. Os animais podem simplesmente refletir o que eles estão acostumados, animais podem não escolher o que seria melhor para eles, portanto a opção menos preferida pode ainda ser importante.

Testes de preferência podem ser bastante úteis como uma primeira fase na identificação de características dos sistemas de confinamento que são importantes para os animais e podem ser uma fonte poderosa de compreensão em como o gado percebe aspectos do seu ambiente e como eles classificam as várias opções fornecidas.



Vamos citar aqui 2 exemplos de testes de preferência relacionados a um tema bem polêmico, a preferência entre freestall e pastagem. 

O trabalho de Charlton  et al. (2011) que testou o efeito do fornecimento da dieta total no freestall e no pasto na preferência de vcas leiteiras concluiu que as vacas tiveram preferência parcial de 71% pela pastagem e essa preferência não foi influenciada pelo fornecimento da dieta total na pastagem. Algo interessante observado pelos autores é que as vacas passaram menos tempo no pasto conforme as estações do ano progrediam.

Já no estudo realizado por Legrand et al. (2009), onde também foi comparada a preferência entre freestall e pasto, concluiu-se que as vacas não mostraram preferência maior por uma condição ou outra e que a preferência se mostrou condicional a hora do dia e fatores ambientais.

O que eu quero ressaltar aqui é que é necessário cautela ao se interpretar tais resultados.

Por exemplo, nos estudos citados acima os resultados mostrados não nos diz, na minha opinião, qual é melhor, o pasto ou freestall e sim mostra que os animais parecem dar valor a aspectos de ambos sistemas. Cabe a pesquisa agora "perguntar" aos animais sobre esses aspectos para ai sim concluir algo a respeito.

Talvez se tivesse mais sombra no pasto as vacas iriam preferí-lo 

Ou talvez se a cama estiver bem limpa e as bais fossem grandes no freestall as vacas iriam utilizá-lo mais que o pasto. 

Ou ainda se a temperatura fosse baixa do lado de fora isso talvez faria com que elas procurassem abrigo dentro do confinamento e isso não quer dizer que as baias sejam confortáveis ou que elas gostam mais do freestall e sim que elas estavam procurando abrigo do frio.

São muitos fatores que influenciam esses resultados porém todos eles são de extrema importância, pois de pergunta em pergunta, acredito eu, que um dia chegaremos em uma resposta.








BOA NOITE! =D




LEGRAND A. L., V. K. M. A. G. W. D. M. Preference and usage of pasture versus free-stall housing by lactating dairy cattle. J. Dairy Sci., 2009, 92, 3651–3658

RUSHEN, J.; de PASSILÉ, A. M.; von KEYSERRLINGK, M. A. G., WEARY, D. M. The welfare of cattle. vol. 5.Netherlands: ed. Springer. 2008. 310 p. 

CHARLTON, G. L.; RUTTER, S. M.; EAST, M.; SINCLAIR, L. A. Effects of providing total mixed rations indoors and on pasture on the behavior of lactating dairy cattle and their preference to be indoors or on pasture J. Dairy Sci., 2009, 94 :3875–3884


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dica do dia....


A dica de hoje é acessar o site abaixo e assistir o vídeo de Evan Fraser da Universidade de Guelph, Canadá, sobre soluções para a crise global de alimentos.







Após assistir ao vídeo é possivel votar em qual dos tópicos você mais se interessa...


Compartilhem com amigos


Vamos divulgar essa iniciativa!

adorei =D

















terça-feira, 20 de novembro de 2012

FREEDOM STALL

Hoje vou falar um pouquinho sobre um sistema que conheci no Canadá e achei interessante...

Como comentei no artigo anterior o free-stall pode causar injurias e desconforto aos animais dependendo de sua configuração.

Alguns estudos tem buscado alternativas para melhorar esse sistema e uma alternativa interessante foi a criação do freedom stall


Fazenda comercial no Canadá que está testando o freedom stall.

Nesse sistema as partições são flexíveis (parecem canos de pvc, mas não quebram com facilidade)
e são colocadas a certa altura do chão o que possibilita aos animais maior conforto na hora de deitar e levantar.

A cama utilizada, nesse caso, é colchão de borracha com sepilho, mas acredito que outra alternativa, ainda mais confortável seria a cama de areia funda.

Um único aspecto não me agrada muito nesse sistema, a fim de manter a cama limpa, o limitador de pescoço fica numa posição bem restritiva, o que dificulta que o animal permaneça com as 4 patas na cama.

Como as parições são flexíveis a retirada do limitador de pescoço poderia deixar a cama muito suja e aumentar a demanda de mão-de-obra para limpeza.

Ruud & Bøe (2011) avaliaram os efeitos do freedom stall no comportamento e preferência de vacas leiteiras e encontraram resultados interessantes.

Os autores encontraram que as vacas preferem deitar nas baias com partições flexíveis. Isso indica que os animais são capazes de distinguir entre os tipos de partições e que esse é um fator importante para elas.

A conclusão do estudo diz que apesar da preferência pelas baias com partições flexíveis, as conseuquência a longo prazo não estão claras porque não foram encontradas diferenças na utilização das baias quando os animais estavam restritos a um tipo de partição.

Nesse estudo foi utilizado um teste de preferência. Esse tipo de delineamento é bastante utilizado na area de bem-estar animal.

Acho interessante fazer um parênteses aqui para explicar um pouquinho como funciona:

Nesse delineamento os animais ficam restritos por um certo período nas opções a serem testadas. Então depois desse período de restrição é dado um período de escolha onde os animais precisam ter acesso livre aos tratamentos e de preferência com espaço suficiente para todos os animais em cada tratamento.

Assim os resultados dessa preferência nos mostrará o que é mais importante e confortável aos animais.

Segue um esquema simplificado de um teste de preferência



Bom... a mensagem de hoje é que a pesquisa vem buscando alternativas para os sistemas de confinamento a fim de proporcionar maior conforto aos animais, e perguntar aos animais o que eles preferem é uma boa forma de descobrir o que é melhor para eles  =D



O próximo tópico será sobre diferentes testes de preferência para vacas leiteiras


Até mais!



E para aqueles que estão curtindo um feriado... Bom descanso! ;)







RUUD, L. E.; Bøe, K. E.Flexible and fixed partitions in freestalls—Effects on lying
behavior and cow preference. 2011. J. Dairy Sci. 94 :4856–4862


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

FREE-STALL


Olá galera...

Como havia prometido vou falar sobre os tipos de confinamentos disponíveis para gado leiteiro essa semana...


Os sistemas de confinamento foram criados a fim de otimizar mão-de-obra, aumentar a concentração de animais por área além de garantir maior produção.



O free stall, por exemplo, foi criado na década de 1950, nos EUA, e se espalhou rapidamente pelo território americano, principalmente pela sua capacidade de lotação já que é formado por baias individuais, e também por garantir maior limpeza de cama.


Free-stall em uma fazenda comercial nos EUA.



Antes de começarmos a discussão aqui está um esquema das partes da baia de um free-stall:







Um dos maiores problemas desse sistema, no meu ponto de vista, é a falta de padrões para o seu dimensionamento. Existem muitos estudos sobre padrões de tamanho da baia e posicionamento dos componentes desse sistema.

De modo geral  que a pesquisa nos mostra é que baias que restringem os animais podem alterar seu comportamento, além decomprometer a saúde dos animais. 

Vacas leiteiras confinadas passam aproximadamente 8-16 h/d deitadas (TUCKER & WEARY, 2004), e 0,5 – 3 h/d em pé na baia. Porém o tempo gasto na baia pode mudar conforme seu design. 


Bernardi et al. (2009) encontrou em seu estudo que vacas reduziram de 30 min/d para perto de 0 min/d o tempo gasto em pé com 4 patas na cama quando o limitador de pescoço estava em posição restritiva.        




Manter a cama limpa também é um fator importante quando falamos de free-stall já que estudos mostram  haver uma relação positiva entre limpeza do animal e mastite subclínica (SCHREINER E RUEGG, 2003). 

O limitador do pescoço é uma tentativa de manter a cama limpa, mas sua posição é motivo de muita discussão. Quando o limitador está numa posição permissiva as vacas apresentam úberes mais sujos do que aquelas mantidas em baias com limitador de pescoço menos permissivas e consequentemente o tempo gasto na sala de ordenha com procedimentos de limpeza é maior (FREGONESI et al., 2009). Porém as posições restritivas da barra do pescoço faz com que as vacas aumentem o tempo "empoleirando" na cama, o que pode causar problemas de casco (GALINDO & BROOM, 2000; BERNARDI et al.,2009).






Empoleirar na baia: Posição associada a problemas de casco.

Existe hoje uma vasta quantidade de pesquisas a fim de melhorar o ambiente dentro desse tipo de confinamento. Existem estudos sobre o tipo de cama, dimensionamento e posicionamento, lotação, entre muitas outras. Porém, mesmo assim as indústrias ainda não apresentam um padrão universal quanto a  construção de sistemas free-stall devido a tamanha discussão acerca do assunto.

Fica ainda hoje, a cargo do produtor, se ele vai priorizar o bem-estar dos animais com baias um pouco maiores e se dedicar a um o manejo da cama e de limpeza mais intenso para garantir sanidade aos animais ou se ele prefere camas mais limpas, mão-de-obra com limpeza da cama reduzida e maior cuidado quanto aos cascos dos animais, dentre outros fatores.


O confinamento de animais de produção tem se tornado crescente no Brasil e no mundo, e esse crescimento me paece inevitável conforme ocorre o aumento na produção mundial de leite, porém essa é a minha pergunta:


É possível tornar esse sistema, completamente artificial se comparado ao habitat natural de uma vaca, em um ambiente pelo menos confortável aos animais?

Na minha opinião é possível sim fazer alguma coisa para que esses animais não sofram tanto com estresse e também não tenham a saúde tão prejudicada dentro desses sistemas.

Mas isso depende muito de que técnicos e produtores trabalhem em conjunto em prol dos animais.

Os resutados na produção com certeza serão visíveis.






TENHAM UM ÓTIMO DIA! =D



TUCKER C.B.; WEARY, D. M. F. D.
Influence of Neck-Rail Placement on Free-Stall Preference,
Use, and Cleanliness
J. Dairy Sci., 2005, 88, 2730–2737



BERNARDI, F.; FREGONESI, J.; WINCKLER, C.; VIEIRA, D. M., VON KEYSERLINGK, M. A. G., WEARY, D. M.The stall-design paradox: Neck rails increase lameness but improve udder and stall hygiene
J. Dairy Sci., 2009, 92, 3074–3080 



FREGONESI, J. A., VON KEYSERLINGK, M. A. G; TUCKER, C. B.; VIEIRA, D. M., WEARY, D. M. Neck-rail position in the free stall affects standing behavior

and udder and stall cleanliness
J. Dairy Sci., 2009, 92, 1979–1985


GALINDO F.; BROOM, D. M.
The relationships between social behaviour of dairy cows and
the occurrence of lameness in three herds
Research in Veterinary Science, 2000, 69, 75–79


SCHREINER D. A.; RUEGG P. L. Relationship Between Udder and Leg Hygiene Scores

and Subclinical Mastitis. J. Dairy Sci., 2003, 86, 3460-3465





sábado, 17 de novembro de 2012

Dica de leitura...

Estou aproveitando a falta de sono para colocar a leitura em dia =D

Então ai vai uma dica para todos os acordados de plantão

... para aqueles que gostam de ler e se interessam em discussões sobre o Bem-Estar Animal eu recomendo esse livro:

\

Ele não é tão fácil assim de achar para comprar...  a internet talvez seja a forma mais fácil de adquiri-lo

mas eu recomendo, pois te faz parar para refletir sobre com utiizamos os animais...




E para aqueles que estão com o inglês afiado, essa palestra, do mesmo autor do livro, é muito interessante:

Peter Singer: The ethics of what we eat







BOA NOITE! 





sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Evolução das questões de Bem-Estar na Grã-Bretanha

              


         A Grã-Bretanha é considerada como um dos locais mais avançados em relação ao Bem-Estar Animal atualmente. Porém, no passado pode-se dizer que os animais e as pessoas sofriam muito por lá!



         Essa história da Grã-Bretanha em relação a mudança no tratamento dos animais é um exemplo de que esse tipo de mudança ocorre lentamente, porém tem resultados positivos.




                    A seguir alguns fatos interessantes: 



           No século XVII brutalidade com humanos e animais era comum na Grã-Bretanha.

    Atos como: fever criminosos em óleo, marcar a ferro quente criminosos e pedintes, enforcamentos e desmembramentos públicos ocorriam fequentemente.

    Quanto aos animais as brutalidades não eram menos cruéis, jogos utilizando animais eram bem comuns.

     O “Fisgar o boi” foi um jogo presente por vários anos na Grã-bretanha e consistia em cães atacando um boi. O ponto alto do jogo era quando o cão conseguia pegar o touro pelo focinho e esse mugia de dor.

     Outro "jogo"envolvia um urso cego, preso e acorrentado, chicoteado por um círculo de 5 ou 6 homens.

     As aves também não escapavam. Existia um "jogo" no qual Galinha enterrada no chao só com a cabeça para for a e competidores tentavam arrancar a cabeça da galinha com uma vara.

               O autor Willian Hogarth publicou na época diversas figuras denominadas os estágios da crueldade, que retratavam a situação da grã-Bretanha no século XVII.


“O primeiro estágio da crueldade “ (1700)



























Willian Hogarth 
“O segundo estágio da crueldade“ (1700)




























Willian Hogarth 
“A recompensa da crueldade “ (1700)



         

























          A primeira tentativa de reforma legislativa foi um projeto de lei tentando banir o “fisgar o boi” proposta em 1800. Revogada pela população diversas vezes.


       Até que em 1840 a Rainha Vitória, então com 21 anos, permitiu a criação da Sociedade para Prevenção da Crueldade Contra os Animais e a adição do prefixo real ao seu nome. The Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA) 


       Desde então muitas coisas mudaram na Grã-Bretanha. Atos de crueldade aos animais passaram a ser banidos e punidos.


        Segue o site da RSPCA para os que tem curiosidade sobre a atuação dessa Sociedade na Grã-bretanha:


             http://www.rspca.org.uk/home




           Mas eles ainda têm um longo caminho pela frente. E todo o resto do mundo também tem um caminho ainda mais longo a ser percorrido. 

          

           Mas como se diz: "Toda jornada começa com um primeiro passo." Acredito eu que já iniciamos esse processo de mudança.
       

          Eu sei que isso tudo que tenho esrito tem pouco a ver com produção de leite, porém acho importante que o conhecimento desses fatos antes de qualquer discussão sobre bem-estar de gado leiteiro, bem como produção já que hoje sabemos que vacas bem tratadas produzem mais...


        No próximo tópico falaremos sobre tipos de sistema de confinamento para Gado leiteiro =D


Até mais!









  




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Questões de bem-estar tão antigas e tão atuais...



O tema Bem-Estar Animal gera muita polêmica nos dias atuais, principalmente quando se diz respeito aos animais de produção, e não é assim só agora no século XXI não! Muitos séculos atrás já existiam discussões em como se tratar os animais. O primeiro debate registrado sobre Bem-Estar ocorreu na Grécia no século VI a. C.

Acredito eu que a humanidade já evoluiu bastante nesse aspecto porém esse processo é lento.

Hoje gostaria de partilhar com vocês alguns pensamentos da Grécia Antiga sobre a utilização dos animais.  

Deixando claro aqui que ainda não estou colocando o meu ponto de vista e sim apontando pensamentos de diversos filósofos ao longo dos séculos.

  •         COMER CARNE:

     Heráclides:  Comer carne é natural porque é uma pratica universal desde a criação do fogo.


     Plutarco: A natureza obviamente não nos equipou para comer carne porque achamos a carne desagradável ao menos que a transformamos através do cozimento e adicionando condimentos. 

     Porfírio: Os animais são seres racionais e que, portanto, matá-los por prazer do paladar seria injusto.


  •         CAÇAR:


     Hermanaco: É necessário matar os animais ou eles se tornariam tão numerosos e trariam destruição sobre nós mesmos e ao meio-ambiente.


Porfírio: A natureza é auto-reguladora e outras espécies restaurariam o equilíbrio natural bastando que os humanos se retirassem.

Como vocês vêem muitos, senão todos esses argumentos são usados, ainda hoje, para justificar a utilização animal, assim como para condená-la.

Isso que aqui só citei os quesitos comer carne e caçar se formos mais afundo verems que as discussões são sempre as mesmas ao longo dos anos.

Minha pergunta é quais resultados são gerados dessas discussões? 
E principalmente como os animais se beneficiam de tais discussões?

Ficam ai essas perguntas para serem refletidas =D

Tenham um ótimo dia!

Foto tirada por: Tati Vito














terça-feira, 13 de novembro de 2012

O que você sabe sobre a história da Ciência do Bem-Estar Animal?

O livro Understanding Animal Welfare do autor David Fraser trás uma descrição bem completa de como e porque surgiu a Ciência do Bem-Estar Animal.

Esse livro foi traduzido por José A. Fregonesi para o Português: Compreendendo o Bem-Estar Animal e está disponível para venda no website: http://www.uel.br/editora/portal/?content=../catalogo/catalogo-online-detalhes.php&codProduto=726)





Para aqueles que tem curiosidade aí vão alguns fatos interessantes:



O século XX foi marcado por conflitos, crises e evoluções. Após as Guerras Mundiais e a Grande Depressão a sociedade ocidental estava preocupada com a sobrevivência humana e as necessidades básicas. Nessa época questões relacionadas aos animais eram consideradas de baixa prioridade e a necessidade de expandir a produção de alimentos causou grande intensificação da dos sistemas de produção. Porém a retomada da economia, trazendo maior segurança e abundância nas décadas de 1950 e 1960, fez com que a sociedade começasse a prestar maior atenção aos problemas além das questões de sobrevivência.  Nesse contexto, após a publicação do livro Máquinas Animais de Ruth Harrison, inicia-se uma preocupação crescente quanto aos animais de produção criados em confinamentos 







O livro de Ruth Harisson foi publicado em folhetos semanais e falava das situação dos animais criados confinados, dentre eles porcos, galinhas e frangos, além de bovinos de corte e leite. A população que até então tinha uma visão bucólica das fazendas nem imaginava que esses locais lembrados pela paz, e animais soltos usufruindo da melhor forma o seu ambiente natural, estavam se transformando em Fazendas Industriais. Onde a produção e a redução de mão-de-obra e espaço eram priorizadas.
A partir daí inicia-se uma preocupação crescente da população quanto ao sofrimento dos animais de produção, que culminou na criação do Comitê de Brambell, pelo governo Britânico, que teve como objetivo  investigar o bem-estar dos animais de produção.
O comitê concluiu que mudanças deveriam ser feitas e principalmente que estudos fossem desenvolvidos a fim de responder quais seriam as mudanças a serem feitas nos sistemas de criação.
Surge então a Ciência do Bem-Estar Animal, a única ciência mandatória, ou seja, que surgiu à partir de uma exigência da população.



logo chegaremos ao gado de leite =P



Até mais!