quarta-feira, 13 de março de 2013

A PESQUISA...


A produção de leite, como atividade econômica alternativa para os assentamentos, foi estimulada pelas indústrias de laticínios a partir de 1997, e desde então essa atividade se torna cada vez mais presente nessas áreas (EMBRAPA, 2008).

No entanto, como os produtores de leite das áreas de assentamento são caracterizados como produtores individualizados, com baixa produção de seus rebanhos e, do ponto de vista financeiro, com recursos insuficientes para tecnificação, normalmente eles enfrentam grandes problemas para se adequarem as legislações e também para produzir leite de forma competitiva ao mercado.

É bastante comum que esse produtores se juntem, por meio de tanques comunitários para conseguirem maior competitividade através da entrega de maior volume de leite, porém sem uma assistência técnica eficiente é muito difícil alcançar uma boa rentabilidade nas propriedades, devido a falhas de manejo e consequentemente a baixa produção por animal.

No trabalho com extensão rural o maior objetivo, acredito eu, é levar a pesquisa ao campo a fim de garantir melhorias na produção. Na bovinocultura leiteira esse trabalho é de extrema importância já que muitos produtores não tem acesso aos resultados mais recentes das pesquisas realizadas aqui no Brasil e lá fora também.

O fato da grande maioria das publicações, mesmo nacionais, estarem publicadas em inglês é uma das dificuldades, porém essa é a menor delas já que uma grande parte dos produtores de leite também não utilizam nem a internet...  muito menos um computador...Aqueles que trabalham no campo sabem que é bastante comum as anotações em caderninhos, nos projetos em que trabalhei era comum afixarmos quadros para que os produtores fizessem suas anotações.

Quando falamos de pesquisas sobre o bem-estar de vacas leiteiras, ainda temos mais um agravante, muitos dos resultados da pesquisa internacional não se encaixam a realidade desses pequenos produtores e atualmente a pesquisa aqui no Brasil também não é suficiente para dar suporte aos mesmos.

O desenvolvimento de pesquisas publicáveis e aplicáveis a esse tipo de produtor é de extrema importância para que haja algum avanço em questões de bem-estar e também de produção animal de tais áreas e encontrar uma forma de tornar tais resultados facilmente disponíveis seria o maior desafio da pesquisa na atualidade.

Atualmente 80% dos produtores brasileiros são pequenos e respondem por apenas 26% do volume produzido, enquanto 20% dos produtores são classificados como grandes e respondem por 74% da produção (EMBRAPA, 2011). No entanto esses pequenos produtores tem um grande potencial, muitas vezes pouco explorado, e na minha opinião enquadrar a pesquisa a essa realidade pode levar grandes avanços ao campo, trazendo melhor qualidade de vida aos animais além de melhorar a qualidade de vida do produtor através do aumento da rentabilidade das propriedades.










TENHAM UM ÓTIMO DIA! 
=D



















terça-feira, 12 de março de 2013

Dica de leitura


Oi galera do blog!

Hoje queria deixar uma dica de leitura... sempre que leio algum livro interessante gosto de postar aqui no blog, e esse eu recomendo! =D

Quem se interessa sobre projetos de extensão em assentamentos vai gostar muito da forma como esse livro aborda as questões da produção com qualidade nessas áreas.

O nome do livro é:

PRODUÇÃO DE LEITE COM QUALIDADE EM PROJETO DE ASSENTAMENTO: A intervenção como inovação. 
Escrito em 2008 pela EMBRAPA GADO DE LEITE - Juiz de Fora/MG



Tenham uma ótima tarde!

quarta-feira, 6 de março de 2013

E AGORA?!

Hoje o assunto vai fugir um pouco do tema do blog. Na verdade queria compartilhar o meu sentimento ( e tenho certeza ser o de vários colegas também) quanto ao término de mais uma etapa na vida: o MESTRADO.

Começamos nossa graduação como médicos veterinários, zootecnistas ou agrônomos bem cedo,  por volta dos 18 anos, na maioria das vezes. O curso normalmente dura 5 anos, e são 5 anos puxados onde temos que escolher em que área trabalhar, qual estágio fazer e ao mesmo tempo dar conta das disciplinas e passar de ano. E além de tudo isso, lidar com a distância da família em muitos casos.

Porém quando chegamos ao fim desse período de estudo vem aquela fase do:
O QUE EU FAÇO AGORA!!!!

Acredito não ter sido a única que se formou e não se sentia pronta para enfrentar os desafios da profissão...

Mesmo assim essa é a hora em que começamos a batalhar por um espaço no tão sonhado mercado de trabalho. Mas como vencer essa batalha se a maioria das vagas exige experiência e as que não exigem querem pagar preços muito baixos pelo seu serviço?

Lembro certa vez de comparecer a uma entrevista de trabalho e escutar a seguinte frase:
Seu perfil é compatível com a vaga mas dentre os candidatos você é a única sem experiência, portanto você está fora do processo seletivo.

Sai daquela entrevista arrasada...

Onde é que compramos essa tal experiência!?

Se as empresas não estão interessadas em ensinar (alguém com potencial, lógico!) como é que fazemos para adquiri-la.

Quando nos vemos nessa batalha descobrimos então que pode ser um pouco mais complicado do que pensamos fazer o que se gosta!

É ai que muitos profissionais resolvem subir mais um degrau na profissão e tentar o Mestrado, na esperança de que a melhoria no currículo vai ajudar a conquistar melhores vagas.

Mas então, depois de 2 anos árduos de estudos e experimentos, vejo vários colegas naquela mesma situação da graduação: O QUE EU FAÇO AGORA!!!!


Quando se termina o mestrado você tem 2 opções: ou você se lança no doutorado ou você tenta conseguir um emprego.


No entanto a maioria das vagas de emprego hoje, não querem pagar mais por que você tem um mestrado.
Algumas (muitas) vezes não se é dado o devido valor ao seu esforço em conseguir um currículo melhor. O que ainda vale é a EXPERIÊNCIA!!!!

Agora me diga uma coisa: Aguentar o batidão de um mestrado não é adquirir experiência?!

Todos os que já passaram por esse tal de Mestrado vão entender exatamente o que estou falando.
A visão de que pessoas que fazem Mestrado SÓ ESTUDAM com certeza cercam todos aqueles que estão nesse barco.
Quando na verdade, não é bem essa a realidade! Se batalha duro para conseguir esse título.
Dependemos de bolsa para viver nessa fase e ainda esses anos não contam como período para aposentadoria, ou seja, sacrificamos alguns anos a mais na hora de nos aposentar em prol de um currículo melhor.

Fazer um Mestrado é uma experiência única e valiosa! É um período onde aprendemos lidar com dificuldades, superar obstáculos e muitas vezes enfrentar nossos medos.

Para aqueles que como eu estão naquela fase do: O QUE EU FAÇO DEPOIS DO MESTRADO, eu diria
Pensem bem antes de tomar o próximo passo.

Se sua vocação é a pesquisa, docência ou cargos concursados a melhor opção talvez seja o Doutorado

Mas se o seu objetivo é a área comercial, cuidado!
O mercado pode não estar preparado para pagar por um currículo tão bom quanto o teu.

Eu tenho muita vontade de fazer o Doutorado... Sempre quis trabalhar como docente em uma instituição de ensino, nesse momento não foi possível prestá-lo... acho que preciso de um tempinho para me preparar melhor para essa fase. Mas com certeza o título de Doutor faz parte da minha "wish list" (lista de desejos) =D

A mensagem que queria deixar a todos os colegas na mesma situação que eu é que vocês pensem e analisem quais são os seus reais objetivos antes de fazer suas escolhas.

E para as empresas eu queria dizer que está na hora de dar mais chances para aqueles que tem vontade para mostrarem o seu melhor!

Nós não só estudamos nós crescemos e tomamos maior consciência sobre a nossa profissão.




Abraço a todos

Tenham uma ótima noite

=D