Hoje tenho um convidado especial trazendo uma revisão sobre a utilização da alfafa em sistema de produção de produção de leite. O Davi Botelhos de Frias me enviou esse texto, elaborado juntamente com colegas de turma e sua orientadora. Achei o tema ótimo para compartilhar com vocês.
Valeu Davi!!! =D
ALTERNATIVAS DE
UTILIZAÇÃO DA FORRAGEM DE ALFAFA PARA APERFEIÇOAR SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE
Davi Botelhos de Frias, Gabriella Karoliny dos Santos
Santana, Silvio Humeniuk Junior, Carlos Vitor Barros da Costa. Acadêmicos do
Curso de Agronomia. Centro Universitário Filadélfia – UniFil
Orientadora:
Profa. Dra. Mirian Cristina Maretti. Curso de Agronomia - Centro Universitário
Filadélfia - UniFil
Atualmente, a área cultivada no Brasil é
aproximadamente 30.000 hectares (Basigalup, 2000). Tem se aumentado o interesse
pelo uso da alfafa em sistemas intensivos de produção de leite, dada sua alta
qualidade, produtividade (kg matéria seca) e resposta econômica em relação a
outros tipos de alimentos volumosos (Ferreira et al.,1999).
Apesar da adaptação às condições da Região Sul do
Brasil, em razão da ação conjunta da seleção natural e da seleção realizada
pelo homem, a alfafa apresenta baixa persistência quando pastejada devido isso
a necessidade de buscar cultivares que se adaptam melhores a condição de corte
por animais, isso devido à seleção baseada em cortes (Perez, 2003).
O cômputo geral da energia empregada
para produção de feno em sistemas intensivos de produção de leite, nas formas
direta que se referenciam através de insumos, combustíveis fosseis e
mão-de-obra, a indireta fica representada por maquinas e equipamentos a
capacidade de 93,05% e 6,95% respectivamente, com produtividade de 17,5 tMS.ha-1.ano
em sistema irrigado. Os derivados de petróleo são os maiores consumidores de
energia, sendo o óleo diesel responsável por 73,94% do consumo total. A
eficiência energética para produção de feno é de 3,19 e para sustentabilidade
da produção.
A utilização da alfafa na forma de silagem
pré-seca não aumentou o consumo de matéria seca pelos animais. De forma geral,
o consumo de matéria seca foi em media de 3,3% do peso vivo, apresentou-se dentro
do esperado, uma vez que a fermentação das silagens controle (sem inoculante)
ou inoculada apresentou-se aparentemente normal. Os resultados obtidos para a
produção e composição do leite, em resposta à inoculação microbiana da silagem
pré-seca de alfafa não foram significativos. A inoculação da silagem pré-seca
de alfafa não houve aumento na produtividade do leite corrigido para 4,0% de
gordura, e não apresentou alteração na composição de gordura, proteína,
lactose, sólidos totais e sólidos desengordurados.
Porem
o processo de ensilagem da alfafa pode acarretar degradação em suas
propriedades protéicas, podendo estar na forma de nitrogênio não protéico,
aproximadamente 75 a 87% do total de nitrogênio presente na silagem. Sendo uso
do inoculante microbiano na silagem pré-seca de alfafa não eficiente para
efeito significativo para produção, composição e qualidade do leite.
Entre
as alternativas de uso desta forragem para a alimentação animal, por conceder elevada
produtividade, excelente qualidade de forragem e boa aceitação pelo animal, é
uma ferramenta para intensificação da produção de leite em pastagem que é
importante para viabilizar economicamente a atividade e torná-la competitiva.
Para otimizar a produção de leite por
animal a oferta de forragem deve ser o dobro do consumo esperado. Bargo et al.
(2003) afirmaram que, para maximizar a produção de leite por animal, a oferta
de forragem deve ser, aproximadamente,
duas vezes o consumo esperado.
O
consumo de alfafa, 5,3, e o de 10,6kg de MS por vaca por dia no pastejo
restrito e pastejo irrestrito com taxa de lotação potencial de 9,0 e 5,0
animais, respectivamente representaram aproximadamente 25% e 50 % da dieta
total. A produção de leite por área no confinamento, com dieta contendo silagem
de milho mais concentrado, no pastejo restrito e no pastejo irrestrito foi de
45,7, 59,3 e 63,0 litros/ha por dia, respectivamente. No trabalho de Vilela et al. (1994), o
pastejo exclusivo de alfafa, permitiu produção de leite de 20kg por vaca por
dia e produção de leite por área de 51kg/ha por dia.
A utilização da alfafa em pastejo
proporcionou uma redução aproximada de 30,6% e 41,5% no custo operacional
efetivo do pastejo restrito e do pastejo irrestrito respectivamente em
comparação com o sistema de confinamento, efeito este devido a participação em
menor proporção da silagem e do concentrado nos sistema de pastejo em alfafa.
A margem bruta foi positiva em todos os
tratamentos, mas foram em média 45% maior nos sistemas baseados em pastagem, Na
análise da margem líquida, todos os tratamentos apresentaram resultado
positivo. Os melhores resultados foram dos tratamentos com pasto, em que a
margem líquida foi aproximadamente 42% maior do que a do confinamento.
Analisando
todos os fatores colocados, pode-se concluir que a utilização de forragem de alfafa, como banco de
proteína em diferentes sistemas de manejo forrageiro, corte ou pastejo,
apresenta eficiência satisfatória do sistema de produção.
Referências
CAMPOS. A.T.; SAGLIETTI, J.R.C.; BUENO, O. de C.; CAMPOS, A.T.
de.; KLOSOWSKI, E.S.; GASPARINO, E. Balanço energético na produção de feno de
alfafa em sistema intensivo de produção de leite. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.1, p.245-251, jan-fev, 2004.
MAGALHÃES, V.J.A. Desempenho produtivo de vacas leiteiras alimentadas
com silagem pré-seca de alfafa adicionada de inoculante microbiano. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32,
n.6, p.2016-2022, 2003.
NETTO, D.P.; RODRIGUES, A. de A.; WECHSLER, F.S.; FERREIRA,
R.P.; MENDONÇA, F.C.; FREITAS, A.R. Desempenho de vacas leiteiras em pastagem
de alfafa suplementada com silagem de milho e concentrado e viabilidade
econômica do sistema. Arquivo Brasileiro
de Med. Veterinaria e Zootecnia, v.63, n.2, p.399-407, 2011.
SARAIVA, K.; PEREZ, N. Relação entre produtividade e a sobrevivência
de cultivares de alfafa selecionadas para aptidão ao pastejo. Conhecimento sem
fronteiras, XVII Congresso de iniciação
científica X Encontro de Pós-Graduação, nov 2008.
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