Bom dia galerinha!!!
Hoje vou abordar um tema relacionado ao bem-estar de vacas leiteiras considerado de grande importância em sistemas de confinamento.
Como sabemos o sistema de confinamento pode estar intimamente relacionado a incidência de doenças dependendo de sua configuração e manejo e uma das afecções mais importantes é claudicação ou manqueira.
Fonte de dor e grande desconforto aos animais é de extrema importância o controle das doenças de casco, principalmente quando os animais são mantidos confinados.
Segue então uma pequena revisão sobre o assunto.
=D
A
configuração de um sistema de confinamento pode estar intimamente ligada a enfermidades
de vacas leiteiras, sendo a claudicação um dos maiores problemas da produção
intensiva de leite por ser causa de dor e desconforto para vacas leiteiras (WHAY et
al., 1997). As perdas econômicas associadas à claudicação
incluem redução na produção de leite, perda de peso, redução da fertilidade,
custos de tratamento (NICOLETTI, 2004) e descarte involuntário
de animais (GREEN et al., 2002; WARNICK et al., 2001; SPRECHER et al., 1997).
Diversas
etiologias são apontadas como responsáveis pelo desenvolvimento da claudicação
em vacas leiteiras, sendo que fatores nutricionais, (NICOLETTI, 2004)
anatômicos (OSSENT e LISCHER, 1998), ambientais (BERGSTEN, 2001), e
fisiológicos (OFFER et al., 2000) podem estar relacionados a incidência dessa
enfermidade.
Estudos
tem relacionado a configuração do free stall com a claudicação. O tipo de piso
para locomoção e a área de descanso são fatores importantes que podem afetar a
incidência da enfermidade em rebanhos confinados. Estudos
mostram que superfície de cama mais espessa tem influência positiva na
claudicação (BARBERG et al., 2007). Quando comparado ao
free stall com ventilação cruzada ou natural o sistema compost apresentou menor prevalência
de lesões de jarrete e claudicação (LOBECK et al., 2011).
O aceso a áreas com superfícies
mais confortáveis, como o pasto (HERNANDEZ-MENDO et al., 2007) e baias com
barra do pescoço mais permissiva (BERNARDI et al. 2009) pode melhorar a
locomoção de vacas leiteiras.
A fim de manter a cama
mais limpa várias propriedades mantêm a barra do pescoço em posição restritiva,
porém esse posicionamento impede que as vacas permaneçam comas 4 patas na baia.
A restrição do tempo com 4 patas na cama por sua vez, está relacionado com o
aumento do tempo gasto empoleirada na baia (somente as patas dianteiras na
baia) (TUCKER,
et.al., 2005; FREGONESI et al. 2009) ou no corredor e outras
partes do curral, onde o piso, muitas vezes de concreto se encontra úmido e
sujo a maior parte do tempo (SOMERS et al., 2003). Como o risco de claudicação aumenta quando os
animais têm maior contato com o piso úmido e sujo. Fazendas que utilizam barra
do pescoço mais restritiva podem apresentar maior proporção de vacas mancas em (FULWIDER
et al. 2007).
Na minha opinião as configurações do sistema de confinamento são fator principal não só no controle da claudicação mas também na manutenção do bem-estar de vacas leiteiras. Portanto aqueles produtores que estão implantando um confinamento devem ir atrás dos resultados das pesquisas atualmente para saber qual a melhor forma de construí-lo e aqueles que já possuem confinamento instalado na propriedade devem ficar de olho nos índices zootécnicos a fim de diagnosticar precocemente problemas provindos da configuração do seu sistema.
A claudicação muitas vezes passa despercebida mas seus índices podem dizer muito sobre o bem-estar do seu rebanho.
As formas de controlá-la são diversas mas primeiramente é importante que o produtor mantenha uma rotina de escores de locomoção periódicos em sua propriedade e esse é um tópico que merece um post ;)
Essa figura demonstra o escore de locomoção em escala de 1 a 5 para vacas leiteiras:
Também é importante manter uma rotina de casqueamento. Visitas regulares do casqueador pode ajudar no controle das afecções de casco.
Mas acima de tudo é importante proporcionar um ambiente confortável para vacas leiteiras confinadas. Essa é, na minha opinião a forma mais efetiva de se reduzir índices de claudicação em um rebanho.
BARBERG, A. E.; ENDRES, M. I.; SALFER, J. A.; RENEAU J. K. Performance and welfare of dairy cows in an alternative housing system in Minnesota. Journal of Dairy Science, v.90, p. 1575-1583, 2007.
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