terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A ALFAFA E A PRODUÇÃO DE LEITE


Hoje tenho um convidado especial trazendo uma revisão sobre a utilização da alfafa em sistema de produção de produção de leite. O Davi Botelhos de Frias me enviou esse texto, elaborado juntamente com colegas de turma e sua orientadora. Achei o tema  ótimo para compartilhar com vocês. 


Valeu Davi!!! =D


ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DA FORRAGEM DE ALFAFA PARA APERFEIÇOAR SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE



Davi Botelhos de Frias, Gabriella Karoliny dos Santos Santana, Silvio Humeniuk Junior, Carlos Vitor Barros da Costa. Acadêmicos do Curso de Agronomia. Centro Universitário Filadélfia – UniFil

Orientadora: Profa. Dra. Mirian Cristina Maretti. Curso de Agronomia - Centro Universitário Filadélfia - UniFil


Atualmente, a área cultivada no Brasil é aproximadamente 30.000 hectares (Basigalup, 2000). Tem se aumentado o interesse pelo uso da alfafa em sistemas intensivos de produção de leite, dada sua alta qualidade, produtividade (kg matéria seca) e resposta econômica em relação a outros tipos de alimentos volumosos (Ferreira et al.,1999).
Apesar da adaptação às condições da Região Sul do Brasil, em razão da ação conjunta da seleção natural e da seleção realizada pelo homem, a alfafa apresenta baixa persistência quando pastejada devido isso a necessidade de buscar cultivares que se adaptam melhores a condição de corte por animais, isso devido à seleção baseada em cortes (Perez, 2003).
O cômputo geral da energia empregada para produção de feno em sistemas intensivos de produção de leite, nas formas direta que se referenciam através de insumos, combustíveis fosseis e mão-de-obra, a indireta fica representada por maquinas e equipamentos a capacidade de 93,05% e 6,95% respectivamente, com produtividade de 17,5 tMS.ha-1.ano em sistema irrigado. Os derivados de petróleo são os maiores consumidores de energia, sendo o óleo diesel responsável por 73,94% do consumo total. A eficiência energética para produção de feno é de 3,19 e para sustentabilidade da produção.
A utilização da alfafa na forma de silagem pré-seca não aumentou o consumo de matéria seca pelos animais. De forma geral, o consumo de matéria seca foi em media de 3,3% do peso vivo, apresentou-se dentro do esperado, uma vez que a fermentação das silagens controle (sem inoculante) ou inoculada apresentou-se aparentemente normal. Os resultados obtidos para a produção e composição do leite, em resposta à inoculação microbiana da silagem pré-seca de alfafa não foram significativos. A inoculação da silagem pré-seca de alfafa não houve aumento na produtividade do leite corrigido para 4,0% de gordura, e não apresentou alteração na composição de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e sólidos desengordurados.
Porem o processo de ensilagem da alfafa pode acarretar degradação em suas propriedades protéicas, podendo estar na forma de nitrogênio não protéico, aproximadamente 75 a 87% do total de nitrogênio presente na silagem. Sendo uso do inoculante microbiano na silagem pré-seca de alfafa não eficiente para efeito significativo para produção, composição e qualidade do leite.
Entre as alternativas de uso desta forragem para a alimentação animal, por conceder elevada produtividade, excelente qualidade de forragem e boa aceitação pelo animal, é uma ferramenta para intensificação da produção de leite em pastagem que é importante para viabilizar economicamente a atividade e torná-la competitiva.  
Para otimizar a produção de leite por animal a oferta de forragem deve ser o dobro do consumo esperado. Bargo et al. (2003) afirmaram que, para maximizar a produção de leite por animal, a oferta de forragem  deve ser, aproximadamente, duas vezes o consumo esperado.
 O consumo de alfafa, 5,3, e o de 10,6kg de MS por vaca por dia no pastejo restrito e pastejo irrestrito com taxa de lotação potencial de 9,0 e 5,0 animais, respectivamente representaram aproximadamente 25% e 50 % da dieta total. A produção de leite por área no confinamento, com dieta contendo silagem de milho mais concentrado, no pastejo restrito e no pastejo irrestrito foi de 45,7, 59,3 e 63,0 litros/ha por dia, respectivamente.  No trabalho de Vilela et al. (1994), o pastejo exclusivo de alfafa, permitiu produção de leite de 20kg por vaca por dia e produção de leite por área de 51kg/ha por dia.
A utilização da alfafa em pastejo proporcionou uma redução aproximada de 30,6% e 41,5% no custo operacional efetivo do pastejo restrito e do pastejo irrestrito respectivamente em comparação com o sistema de confinamento, efeito este devido a participação em menor proporção da silagem e do concentrado nos sistema de pastejo em alfafa.
A margem bruta foi positiva em todos os tratamentos, mas foram em média 45% maior nos sistemas baseados em pastagem, Na análise da margem líquida, todos os tratamentos apresentaram resultado positivo. Os melhores resultados foram dos tratamentos com pasto, em que a margem líquida foi aproximadamente 42% maior do que a do confinamento.
Analisando todos os fatores colocados, pode-se concluir que a utilização de forragem de alfafa, como banco de proteína em diferentes sistemas de manejo forrageiro, corte ou pastejo, apresenta eficiência satisfatória do sistema de produção.

Referências

CAMPOS. A.T.; SAGLIETTI, J.R.C.; BUENO, O. de C.; CAMPOS, A.T. de.; KLOSOWSKI, E.S.; GASPARINO, E. Balanço energético na produção de feno de alfafa em sistema intensivo de produção de leite. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.1, p.245-251, jan-fev, 2004.
MAGALHÃES, V.J.A. Desempenho produtivo de vacas leiteiras alimentadas com silagem pré-seca de alfafa adicionada de inoculante microbiano. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.2016-2022, 2003.
NETTO, D.P.; RODRIGUES, A. de A.; WECHSLER, F.S.; FERREIRA, R.P.; MENDONÇA, F.C.; FREITAS, A.R. Desempenho de vacas leiteiras em pastagem de alfafa suplementada com silagem de milho e concentrado e viabilidade econômica do sistema. Arquivo Brasileiro de Med. Veterinaria e Zootecnia, v.63, n.2, p.399-407, 2011.
SARAIVA, K.; PEREZ, N. Relação entre produtividade e a sobrevivência de cultivares de alfafa selecionadas para aptidão ao pastejo. Conhecimento sem fronteiras, XVII Congresso de iniciação científica X Encontro de Pós-Graduação, nov 2008.





Nenhum comentário:

Postar um comentário